A questão da Ressurreição de Jesus desempenha um papel fundamental no centro da fé cristã. Não existe forma de Cristianismo que não afirme que após a morte de Jesus na cruz, Deus o trouxe de volta à vida.
É um facto histórico comprovado que Jesus foi executado publicamente na Judeia no século I da nossa era, sob a autoridade do prefeito romano Pôncio Pilatos, através da crucificação, com o envolvimento dos principais dirigentes do Sinédrio judeu. As narrativas do Novo Testamento e de autores não cristãos como Flávio Josefo, Tácito, Luciano de Samósata e Maimónides atestam a veracidade desses aspetos históricos tão importantes da vida de Jesus Cristo.
Contudo, a questão da ressurreição é mais complexa. Até o século XVIII, a crença na ressurreição de Jesus era um dado inabalável e incontroverso. O Iluminismo do século XVIII e a crítica histórica do século XIX, no entanto, suscitaram uma série de questionamentos. A razão pôs em xeque a plausibilidade de que uma pessoa seja ressuscitada dentre os mortos e faça aparições públicas. Quando se aplicou a historiografia crítica aos textos bíblicos, a historicidade das narrativas da ressurreição foi posta em questão.
Na atualidade, como deve ser interpretada a ressurreição de Jesus? Embora não seja fácil formular um enquadramento histórico da ressurreição de Jesus, podemos enunciar alguns pontos essenciais que ajudem a defini-la.
Um primeiro ponto fundamental é que certamente os primeiros discípulos acreditaram que o próprio Jesus estava vivo, fora ressuscitado e exaltado na glória com Deus. Por outras palavras, o testemunho do Novo Testamento não é meramente um fenómeno existencial ou comunitário, de que Jesus subsiste na fé da comunidade, e sim um fenómeno real e objetivo, na hipótese de que esses termos sejam apropriados, por afirmar que Deus agiu em benefício de Jesus, de modo que ele se encontra vivo.
Segundo, a ressurreição de Jesus não foi um retorno à vida neste mundo e não foi a reanimação de um cadáver. Pelo contrário, a ressurreição de Jesus foi uma passagem para uma outra dimensão, uma assunção à esfera da realidade última e absoluta que é Deus e que, enquanto Criador, difere da criação. O que se passou na ressurreição de Jesus diz respeito a uma outra ordem de realidade que transcende a realidade espácio-temporal do Universo onde estamos inseridos, porque é o domínio de Deus.
Em terceiro lugar, a ressurreição foi a exaltação e glorificação da pessoa individual, Jesus de Nazaré. Aquele que foi ressuscitado não é outro senão o próprio Jesus, de modo que existe continuidade e identidade entre ele, no decorrer da vida, e o seu ser com Deus.
Por fim, não é demais reiterar o caráter absolutamente central da ressurreição de Jesus no surgimento e no desenvolvimento do Cristianismo. O Cristianismo, que começou como um movimento de génese judaica do primeiro século da nossa era, era um movimento pelo reino de Deus, um movimento messiânico e um movimento de ressurreição.
À primeira vista, a crucificação de Jesus era o símbolo de esperança não apenas derrotada, mas esmagada e dizimada. Em geral, admite-se que a crucificação de Jesus causou desorientação e desânimo em seus discípulos. Há evidências de que deixaram Jerusalém, talvez tenham fugido, na sequência do que era visto como a tragédia da crucificação de Jesus. Mas, passado pouco tempo, desenvolveu-se um movimento religioso particularmente dinâmico que transformou radicalmente o percurso histórico da Humanidade. Este surto de energia humana desenvolveu-se porque Jesus havia ressuscitado, com base no princípio de que a Sua ressurreição deve ser concebida como a declaração divina de que a vida de Jesus é a revelação por excelência de Deus na história humana.
É um facto histórico comprovado que Jesus foi executado publicamente na Judeia no século I da nossa era, sob a autoridade do prefeito romano Pôncio Pilatos, através da crucificação, com o envolvimento dos principais dirigentes do Sinédrio judeu. As narrativas do Novo Testamento e de autores não cristãos como Flávio Josefo, Tácito, Luciano de Samósata e Maimónides atestam a veracidade desses aspetos históricos tão importantes da vida de Jesus Cristo.
Contudo, a questão da ressurreição é mais complexa. Até o século XVIII, a crença na ressurreição de Jesus era um dado inabalável e incontroverso. O Iluminismo do século XVIII e a crítica histórica do século XIX, no entanto, suscitaram uma série de questionamentos. A razão pôs em xeque a plausibilidade de que uma pessoa seja ressuscitada dentre os mortos e faça aparições públicas. Quando se aplicou a historiografia crítica aos textos bíblicos, a historicidade das narrativas da ressurreição foi posta em questão.
Na atualidade, como deve ser interpretada a ressurreição de Jesus? Embora não seja fácil formular um enquadramento histórico da ressurreição de Jesus, podemos enunciar alguns pontos essenciais que ajudem a defini-la.
Um primeiro ponto fundamental é que certamente os primeiros discípulos acreditaram que o próprio Jesus estava vivo, fora ressuscitado e exaltado na glória com Deus. Por outras palavras, o testemunho do Novo Testamento não é meramente um fenómeno existencial ou comunitário, de que Jesus subsiste na fé da comunidade, e sim um fenómeno real e objetivo, na hipótese de que esses termos sejam apropriados, por afirmar que Deus agiu em benefício de Jesus, de modo que ele se encontra vivo.
Segundo, a ressurreição de Jesus não foi um retorno à vida neste mundo e não foi a reanimação de um cadáver. Pelo contrário, a ressurreição de Jesus foi uma passagem para uma outra dimensão, uma assunção à esfera da realidade última e absoluta que é Deus e que, enquanto Criador, difere da criação. O que se passou na ressurreição de Jesus diz respeito a uma outra ordem de realidade que transcende a realidade espácio-temporal do Universo onde estamos inseridos, porque é o domínio de Deus.
Em terceiro lugar, a ressurreição foi a exaltação e glorificação da pessoa individual, Jesus de Nazaré. Aquele que foi ressuscitado não é outro senão o próprio Jesus, de modo que existe continuidade e identidade entre ele, no decorrer da vida, e o seu ser com Deus.
Por fim, não é demais reiterar o caráter absolutamente central da ressurreição de Jesus no surgimento e no desenvolvimento do Cristianismo. O Cristianismo, que começou como um movimento de génese judaica do primeiro século da nossa era, era um movimento pelo reino de Deus, um movimento messiânico e um movimento de ressurreição.
À primeira vista, a crucificação de Jesus era o símbolo de esperança não apenas derrotada, mas esmagada e dizimada. Em geral, admite-se que a crucificação de Jesus causou desorientação e desânimo em seus discípulos. Há evidências de que deixaram Jerusalém, talvez tenham fugido, na sequência do que era visto como a tragédia da crucificação de Jesus. Mas, passado pouco tempo, desenvolveu-se um movimento religioso particularmente dinâmico que transformou radicalmente o percurso histórico da Humanidade. Este surto de energia humana desenvolveu-se porque Jesus havia ressuscitado, com base no princípio de que a Sua ressurreição deve ser concebida como a declaração divina de que a vida de Jesus é a revelação por excelência de Deus na história humana.