A descoberta de objetos arqueológicos relativos à época histórica na qual
Jesus viveu tem suscitado um crescente interesse por parte do público.
Entre as descobertas arqueológicas mais significativas, merecem destaque as
descobertas dos evangelhos e de outros documentos do cristianismo gnóstico, em
Nag Hammadi, em 1945, dos manuscritos do Mar Morto, em 1947, e de ossuários de personagens
referidos no Novo Testamento e de vestígios de localidades antigas.
Existem muitas pessoas que têm receio das implicações das descobertas
arqueológicas para o cristianismo e, sobretudo, para a mensagem de amor, de paz
e de libertação preconizada por Jesus.
Contudo, existem fundamento para considerar que as referidas descobertas reforçam
a historicidade de Jesus e da sua menagem.
O que é interessante notar é a forma como a mensagem do cristianismo
evoluiu ao longo de dois milênios.
Ainda mais interessante é
quando se considera como a verdadeira mensagem de Jesus parece ter sido modificada,
ao longo do tempo, por certos líderes políticos e religiosos que tentam criar
uma religião institucionalizada a partir de seus ensinamentos. Para olhar para tudo isso,
devemos primeiro olhar para o ministério de Jesus, tal como é mencionado no Novo Testamento
e nos escritos apócrifos.
Os quatro evangelhos canónicos do Novo Testamento mostram um Jesus como promotor
da libertação integral da pessoa humana e proclamador do Reino de Deus como
Fonte de Vida e do Amor.
O Reino de Deus consiste na regeneração da Humanidade e do Cosmos, envolvendo
a libertação da pessoa humana e a transformação do Universo no qual está
inserido.
Segundo Jesus, o Reino de Deus está dentro de cada um de nós e que não
seria encontrado fora de si mesmo, nem poderia ser visto com os olhos físicos. Deus pode falar dentro do espirito, do coração e da
mente de cada indivíduo.
Deste modo, Jesus transmite uma sabedoria espiritual que ultrapassa as
fronteiras das culturas e das religiões.
Os evangelhos referem que Jesus andava pelas localidades e pelos campos,
encontrando-se com as pessoas comuns, que se reuniam para ouvi-lo falar. As suas
palavras e os seus atos manifestam um elevado sentido de amor e de compaixão.
Ele insurgiu-se igualmente contra os poderes instituídos que oprimiam e
manipulavam as pessoas, o que teve consequências sérias e dramáticas.
Após a morte trágica de Jesus, temos diversos testemunhos de que Jesus
superou a morte. De acordo com os pensadores cristãos mais esclarecidos, a
Ressureição não significa a história fantasmagórica de um cadáver reanimado,
mas sim a vivência pascal de que Jesus, ao morrer fisicamente, não entrou no
nada, mas que está junto de Deus, a realidade fundamental por excelência.
A Ressureição demonstrou que a morte do corpo físico de Jesus não poderia
destruir quem ele era ou a sua mensagem.
A História mostra que os seus discípulos e discípulas proclamaram os seus ensinamentos, apesar de todas as dificuldades e perseguições.
Ao longo dos primeiros séculos da nossa era, foram criadas comunidades de seguidores de Jesus em todo o Império Romano, que abrangia toda a bacia mediterrânica, e em territórios situados fora do Império, como a Mesopotâmia (atual Iraque), a Pérsia (atual Irão), a Península Arábica, a Etiópia e inclusive a Índia.
Vários fatores, como a diversidade de culturas, as dificuldades das comunicações e as perseguições, fizeram com que o Cristianismo fosse uma realidade plural.
No início do século IV, após promulgar a liberdade religiosa para todos os habitantes do Império Romano, em 312, o imperador Constantino convocou o primeiro Concílio de Niceia, em 325, que desempenhou um papel fundamental na transformação do Cristianismo numa religião institucionalizada.Contudo, a verdadeira mensagem espiritual de amor e de libertação, que Jesus ensinou e praticou, foi muitas vezes esquecida.
Contudo, as descobertas arqueológicas e outras, ao longo do século XX e dos primeiros anos do nosso século, podem ser uma oportunidade privilegiada para redescobrir a figura de Jesus como promotor de uma mensagem de vida, de amor e de liberdade dirigida a todos os seres humanos e a todos os seres que compartilham o Universo.
Contudo, as descobertas arqueológicas e outras, ao longo do século XX e dos primeiros anos do nosso século, podem ser uma oportunidade privilegiada para redescobrir a figura de Jesus como promotor de uma mensagem de vida, de amor e de liberdade dirigida a todos os seres humanos e a todos os seres que compartilham o Universo.
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