quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Jesus iluminado, segundo Deepak Chopra.


O Natal constitui uma oportunidade privilegiada para abordar a relevância de Jesus no percurso histórico e espiritual da Humanidade. No presente texto, será analisada a visão de Jesus segundo Deepak Chopra.
Deepak Chopra nasceu em Nova Deli, em 22 de outubro de 1947, vinte e um dias após a proclamação da independência da Índia em relação ao Império Britânico. Desde muito cedo, quis ser escritor. Por influência do pai, cardiologista, enveredou pela medicina. Já em Harvard, onde estudou, o seu trabalho ultrapassou as fronteiras da medicina convencional, apostando numa reformulação dos conceitos de saúde e das relações entre o corpo, a mante e o espírito. Autor de diversos livros, é internacionalmente reconhecido como um das principais personalidades na área do desenvolvimento pessoal e da espiritualidade. Em 1999, a revista norte-americana Time incluiu-o na sua lista das 100 personalidades mais marcantes do século XX, chamando-lhe “poeta e profeta das medicinas alternativas”.
Ao longo da sua extensa obra, entre outros temas, Deepak Chopra tem prestado uma atenção particularmente especial à figura de Jesus.
Segundo Chopra, podemos encontrar três dimensões de Jesus: primeiro, o Jesus histórico, que viveu há dois mil anos; em seguida, Jesus, o Filho de Deus, tal como é representado pelo Cristianismo; e finalmente, o terceiro Jesus, o mestre e guia espiritual, que alcançou a iluminação divina, cuja mensagem envolve a Humanidade como um todo.
Na sua perspetiva, o menosprezo pelo Jesus iluminado debilitou de forma profunda o Cristianismo e a espiritualidade humana em geral.
Para Chopra, por mais singular que seja a sua existência, fazer de Jesus o único Filho de Deus deixa o restante da Humanidade desamparada. Um grande abismo separa a santidade de Jesus da mediocridade do resto da Humanidade.
Embora milhões de cristãos aceitem essa separação, Chopra considera que ela não precisa de existir.
Por isso, ele coloca a seguinte questão: E se Jesus desejasse que cada um de nós desfrutasse a mesma comunhão com Deus alcançada por ele?
A sua conceção sobre Jesus parte da premissa de que esse era o seu desejo. Segundo Chopra, a comunhão de Jesus com Deus foi um processo que ocorreu dentro de sua mente.Do ponto de vista de Buda ou dos antigos rishis (profetas) indianos, Jesus atingiu a iluminação.
Ele queria ensinar-nos a atingir uma consciência mais elevada, e não apenas ser um exemplo glorioso dela. Jesus disse aos seus discípulos que eles poderiam fazer tudo o que ele fazia e mais. Declarou que eles eram a “luz do mundo”, o mesmo termo que usava para si mesmo.
Apontava para o Reino de Deus como um estado de graça eterno, não como um lugar distante no espaço e no tempo.
Em suma, o Jesus iluminado, que foi menosprezado nos dois últimos milénios acaba por ser o mais importante para os seres humanos do terceiro milénio.
De acordo com Chopra, a sua busca pela salvação ecoa nos corações de todos e de cada um de nós.
Pode-se concordar ou não com as ideias partilhadas por Deepak Chopra, mas não devemos ser indiferentes.
As visões sobre Jesus são necessariamente plurais. No seu livro “Os rostos de Jesus – Uma revelação”, o padre José Tolentino Mendonça escreveu: “não é a monodia que nos permite captar Jesus, mas a polifonia, com as suas variantes, os seus contrastes, os seus silêncios e singularidades”.  
Por conseguinte, as ideias de Deepak Chopra podem ser consideradas como um contributo relevante para compreendemos a riqueza de Jesus, ponto de cruzamento entre o humano e o divino, que marcou e marca a História da Humanidade.


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