sábado, 7 de março de 2015

A transfiguração de Jesus. a iluminação como encontro entre o céu e a terra




Na transfiguração, Jesus manifestou-se na sua comunhão com Deus. Os discípulos que a testemunharam – Pedro, Tiago e João – compreenderam a verdadeira identidade de Jesus.
Os discípulos já tinham percebido que Jesus era o Messias libertador anunciado no Antigo Testamento e que Israel tanto aguardava, mas ainda acreditavam que a missão messiânica de Jesus ia ser concretizada num triunfo sobre o Império Romano, a maior potência mundial da época, que também dominava a Palestina.
Com a transfiguração, mostra que que o seu pojeto messiânico não se vai concretizar em triunfos humanos, mas no amor e no dom da vida, até às ultimas consequências, culminando na cruz.
Na transfiguração, manifesta-se a glória de Jesus e atesta-se que ele é o filho amado de Deus e de que o projeto que apresenta a Israel e à Humanidade em geral é um projeto que vem de Deus. Um projeto que visa a libertação e a felicidade plenas da pessoa humana, que nos impele cada um de nós a valorizar a sua filiação e centelha divinas.
De ponto de vista literário, a narração da transfiguração é uma teofonia, isto é, uma manifestação de Deus. Com efeito, nos relatos dos Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas, os autores colocam no contexto da transfiguração todos os componentes das manifestações divinas associadas à mundividência judaica: o monte, as aparições, as vestes brilhantes, a voz provinda do céu, o temor e a perturbação daqueles que testemunham o encontro com o Divino. Todas estas componentes aparecem nos relatos das teofonias no Antigo Testamento.
De ponto de vista esotérico, a transfiguração pode ser entendido como a terceira das cinco grandes iniciações espirituais de Jesus (as outras quatro são o nascimento, o batismo, a ressurreição e a ascensão). A transfiguração retrata uma das grandes etapas do processo de iluminação de Jesus.  
O relato menciona que a transfiguração ocorre num monte, o que significa uma elevação do estado de consciiência. Nessa ocasião os predecessores de Jesus no caminho da salvação, representados por Moisés e Elias, os dois principais profetas do Antigo Testamento, participam desse momento de glória.
O facto da transfiguração ter ocorrido no alto de um monte (provavelmente o monte Tabor, na Galilleia) tem um elevado significado espiritual.
Representa o ponto no qual a natureza humana se encontra com o Divino, o encontro entre o temporal e o eterno, entre a matéria e o espírito, a terra e o céu.

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