Na passada sexta-feita, dia 13 de novembro, a barbárie irrompeu novamente no centro da
Europa. As trevas ensombraram Paris, a cidade luz.
Após os totalitarismos que mancharam o século XX, com vários
milhões de vítimas, os fundamentalismos religiosos e o fundamentalismo islâmico
em particular são os grandes inimigos da liberdade e das sociedades
democráticas e abertas.
Tive a oportunidade de conhecer verdadeiros muçulmanos na Europa
e no Médio Oriente. Aqueles que apreciam a vida na sua diversidade. Aqueles que
consideram que a verdadeira jihad é a luta interior de cada ser humano em busca
do seu aperfeiçoamento ético e espiritual. Pessoas que estão cheias de vergonha
por existirem criminosos que invocam o Corão e o profeta Maomé para legitimar a
sua atuação bárbara e covarde.
Neste momento em que choramos a morte bárbara de cerca de duas
centenas de concidadãos europeus e as centenas de feridos, muitos dos quais em
estado muito grave, não devemos esquecer os cristãos, yazids e outros membros
de minorias religiosas que têm sido barbaramente mortos no Médio Oriente no ano
findo, bem como os dezenas de milhares que foram expulsos das suas casas e
despojados da sua dignidade.
Não devemos esquecer os muçulmanos que têm sido perseguidos e
mortos, porque não concordam com uma visão distorcida e retrógrada do Islão.
Não devemos esquecer o património cultural material e imaterial
da Humanidade que tem sido sistematicamente destruído. Um património que
constitui um legado de milhares de anos da nossa espécie, com as suas grandezas
e as suas misérias, que as gerações atuais e futuras não conhecerão. Uma
Humanidade sem consciência da sua memória está mais debilitada para compreender
o presente e projetar o futuro.
Hoje, mais do que nunca, temos a responsabilidade de defender a
liberdade e a dignidade do ser humano como pilares civilizacionais da
Humanidade. Temos a responsabilidade de defender a liberdade religiosa e de
consciência no seu sentido mais amplo, isto, a liberdade de acreditar em Deus
ou não, de seguir uma determinada religião ou nenhuma, bem como mudar de
religião.
O Antigo Testamento diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. No Novo Testamento, está escrito: "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é Amor”. No Corão, está enunciado: “Nenhum de vós é um crente, até quererdes para o vosso vizinho aquilo que quereis para vós”; “Se alguém matar uma pessoa seria como se ele matasse toda a humanidade, e se alguém salvar uma vida, seria como se ele salvasse a vida de toda a humanidade”. Nas escrituras budistas, um das principais afirmações de Buda é: “Não magoeis os outros com aquilo que vos magoa a vós”.
O Antigo Testamento diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. No Novo Testamento, está escrito: "Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é Amor”. No Corão, está enunciado: “Nenhum de vós é um crente, até quererdes para o vosso vizinho aquilo que quereis para vós”; “Se alguém matar uma pessoa seria como se ele matasse toda a humanidade, e se alguém salvar uma vida, seria como se ele salvasse a vida de toda a humanidade”. Nas escrituras budistas, um das principais afirmações de Buda é: “Não magoeis os outros com aquilo que vos magoa a vós”.
Um dia, Othman Jebreal, guardião da Mesquita Al-Aqsa, em
Jerusalém, um dos locais mais sagrados do Islão, disse: “O perigo não está nos
livros sagrados. Está na mente daqueles que os interpretam”.
Há um princípio, a regra de ouro presente e preservada há
milênios em diversas tradições religiosas e éticas da humanidade: não faças ao
outro o que não queres que te façam a ti. Ou, formulada de modo positivo: faz
aos outros o que queres que te façam também a ti! Essa deveria ser a norma
inamovível e fundamental para todos os campos da vida, para as famílias e as
comunidades, para as nações e religiões.
Não se pode transformar a nossa Terra para melhor sem que se
mude a consciência da pessoa humana. Atualmente, é o momento de defender uma
mudança individual e coletiva da consciência, em favor de um despertar de
nossas forças espirituais e em favor de uma conversão das mentes e dos
corações.
Juntos podemos mover montanhas! Juntos podemos ajudar a
construir um mundo cujas criaturas não sejam atormentadas pela guerra,
torturadas pela fome e pelo medo, para que os nossos filhos e os filhos de
nossos filhos possam ter orgulho da sua condição de seres humanos.
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