No dia 12 de janeiro, celebrou-se o batismo de Jesus. O batismo de Jesus constitui um dos momentos mais significativos da sua vida, marcando o início da sua vida pública, o período durante a qual proclamou a mensagem do Reino de Deus.
Este evento é descrito nos evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos, enquanto no evangelho de João, que não é uma narrativa direta, João Batista desempenha a função de testemunha.
João Batista, primo de Jesus, o profeta que marca a transição entre o Antigo e o Novo Testamento, pregava a penitência e o arrependimento, encorajava a distribuição dos bens materiais para os pobres e os excluídos e praticava o batismo pela água como sinal de renovação espiritual.
Contudo, não se considerava como o Messias. Pelo contrário, considerava-se como o precursor daquele que iria batizar “com o Espirito Santo e com o fogo”.
Jesus veio até ao rio Jordão, onde foi batizado num local tradicionalmente conhecido como Qasr al-Yahud. Segundo os evangelhos, este evento termina com o céu que se abre, a descida do Espirito Santo e uma voz divina que proclama: “Este é o meu Filho amado; nele está o meu agrado”.
A voz combina frases essenciais do Antigo Testamento: “Meu filho”(o rei da linhagem de David
adotado como Filho de Deus no Livro dos Salmos), "amado " (como Isaque, o filho de Abraão e um dos grandes patriarcas hebreus, no Livro do Génesis) e nele está o meu agrado” (alusão ao Servo de Deus mencionado pelo profeta Isaías).
Portanto, no batismo, Jesus foi proclamado como Filho de Deus. Passados dois milénios, como devemos exprimir este conceito junto dos homens e das mulheres do nosso tempo?
Com este título, pretende-se expressar a relação pessoal e íntima de Jesus com Deus. Jesus revela Deus através de palavras e de atos, na sua ética de amor e de libertação, que é dirigida a todos os seres humanos, sem exceção.
A relação de Jesus com Deus, como a de qualquer ser humano, trata-se de um verdadeiro processo de aprendizagem, de amadurecimento e de crescimento a todos os níveis. É uma relação que evolui c cresce, até atingir a plenitude, passando por momentos de alegria e de júbilo, de dor e sofrimento. A fé de Jesus está radicalmente baseada na sua humanidade.
Jesus nunca se apresentou como Deus ou como um super-homem, mas como um ser humano como cada um de nós.
Jesus nunca se apresentou como Deus ou como um super-homem, mas como um ser humano como cada um de nós.
Daí que Jesus, a sua vida e a sua mensagem podem ser um poderoso modelo espiritual e ético não somente para os cristãos, mas para todos os seres humanos de boa vontade que partilham o nosso planeta.
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