domingo, 6 de novembro de 2011

O bebé sete mil milhões e o futuro do nosso planeta


No dia 31 de outubro, segundo a Organização das Nações Unidas, nasceu o bebé sete mil milhões.
A Organização das Nações Unidas escolheu simbolicamente uma criança filipina, Danica May Camacho, nascida com 2,5 quilogramas pouco depois da meia-noite em Manila, como o bebé sete mil milhões. ~
A menina, cujo nome significa “estrela da manhã”, contará com uma bolsa que visa assegurar o seu acesso à educação e os pais vão receber ajuda financeira para poderem abrir um estabelecimento comercial.
Se 2011 for o ano certo para este novo marco, a população mundial então terá aumentado mil milhões de habitantes em apenas 12 anos. Os primeiros mil milhões assinalaram-se em 1804 e os demais saltos deram-se em 1927 (123 anos depois), 1960 (33 anos) e 1974 (14 anos), 1987 (13 anos) e 1999 (12 anos).
Após a explosão demográfica do século XX, o ritmo de crescimento está a abrandar. Mesmo assim, a população mundial deverá chegar aos oito mil milhões, dentro de 13 anos, em 2024, a 9,3 mil milhões em 2050 e aos 10 mil milhões em 2100, segundo as projeções da ONU.
O crescimento populacional ocorrerá quase exclusivamente no mundo em desenvolvimento. Com efeito, os países ocidentais, nomeadamente dos países europeus, estão a envelhecer e têm um crescimento populacional reduzido, enquanto os que ainda estão por desenvolver permanecem jovens e a crescer, nomeadamente os países onde as mulheres ainda têm muitos filhos – 39 países em África, nove na Ásia, seis na Oceânia e quatro na América Latina.
A China poderá deixar de ser o país mais populoso do mundo, em meados do atual século. Em 2050, a Índia irá ultrapassar a China, tornando-se o país mais populoso do mundo, com 1.748 milhões de habitantes. Quanto à China, enfrentará a médio prazo o problema do envelhecimento. Atualmente, ainda tem a maior fatia de população ativa do mundo (74,5%), o que tem sido um fator decisivo para o seu extraordinário crescimento económico das últimas décadas. Mas esse período está a acabar, por causa da política de filho único seguida desde a década de 1970.
A China, atualmente em primeiro lugar, com 1.338 milhões de cidadãos, descerá para o segundo, com 1.437 milhões. E os Estados Unidos da América conservarão a terceira posição, passando de 310 para 423 milhões de habitantes.
Quanto ao grande rival da Índia, o Paquistão, sobe do sexto para o quarto lugar, tornando-se o país muçulmano mais populoso, com 335 milhões, e trocando de posição com a Indonésia, que se deverá ficar pelos 309 milhões.
Já o Brasil, com uns previstos 215 milhões, cede o quinto lugar no pódio à Nigéria, que deverá chegar aos 326 milhões, e é relegado para a oitava posição, atrás do Bangladesh, para o qual se admitem 222 milhões.
A Rússia deixa de constar da lista dos dez países mais populosos do mundo, pois a sua população deverá decrescer dos atuais 142 milhões para 140,8 em meados de 2025 e 126,7 em 2050. E o mesmo acontece com o Japão, que de 127 milhões desce para uns meros 95 milhões.Os lugares de russos e japoneses, respetivamente o nono e o décimo, passam para países africanos, respetivamente a Etiópia e a República Democrática do Congo.
O enorme crescimento da população mundial desde o século XVIII, quando começou a Revolução Industrial, é uma das causas mais significativas para a mudança radical da relação entre a Humanidade e o sistema ecológico do nosso planeta.
O impacto do crescimento populacional seria significativamente menor, se o consumo médio de recursos naturais fosse menor, se as tecnologias utlizadas para a exploração dos recursos atrás mencionados fossem substituídas por tecnologias melhores e ecologicamente mais eficientes e se promovesse um modelo de desenvolvimento económico que tivesse mais em conta a coesão social e a sustentabilidade ambiental.

Sem comentários:

Enviar um comentário